
Olhem esta imagem, vejam-na.
Naquele edifício funcionou a minha primeira escola no estrangeiro.
Aquela rua foi palmilhada muitas vezes, para cima e para baixo, com colegas, com amigos, com mestres.
O que será feito do João Xisto, por exemplo?
A escola não é só o edifício mas é também o edifício.
A escola não são só as pessoas mas são também as pessoas.
Quem se der ao trabalho de ler, com atenção, as caixas de comentários deste blog encontrará uma questão que me colocaram há muito tempo:
- O que achas de deixar de existir a escola primária na Portela e passar para a Aldeia?
Respondo agora:
Acho bem.
Não tenho, nunca tive, sentimentos bairristas, recusei, por exemplo assinar uma petição que queria criar uma freguesia autónoma em Portela de Santa Margarida da Coutada.
Sei o que aconteceu na altura.
Sei que temos de construir o presente, projectar o futuro, conhecendo o passado mas sem algemas.
O passado não é uma raiz... foi um processo.
Retomando o tema escola, faz sentido, um centro escolar.
Faria mais sentido, na minha opinião, que fosse afastado no centro.
Apontei o local onde estão os ciganos, dum ou do outro lado da estrada, desconheço a propriedade dos terrenos. A localização é, meramente, indicativa, julgo que seria mais central, mais funcional (Malpique, Campo Militar, Pereira, Vale do Mestre, Portela, Santo António).
Sei que na Portela no passado ano lectivo existiam cerca de cinquenta alunos, sei que na Aldeia existiam cerca de cinco alunos.
- Faria mais sentido construir-se o centro escolar na Portela?
Não. Acho que não.
Faria sentido construir-se um centro escolar novo, moderno, arejado, perto do parque ambiental e dum futuro centro para velhos, a construir, mantendo a escola existente na Aldeia.
Faria sentido criar uma nova centralidade e não encafuar uma infra-estrutura tão estruturante num barranco, destruindo uma escola (igual à da Pereira, sede d' Os Quatro Cantos do Cisne, igual à de Santo António, sede do agrupamento 707 do Corpo Nacional de Escutas) que poderia ter perdurado, que poderia, perfeitamente, ser usufruída e utilizada pelo povo.
Mostrou-o, apenas, para dizer o seguinte... vi-o através da objectiva.
A seguir peguei-lhe pelo rabo e deitei-o no lixo.
Muitos bloggers optariam pelas queixinhas, ninguém faz, ninguém cuida, ninguém resolve... aquilo que nós, cidadãos conseguirmos resolver não carece nem de choraminguices nem de acusações... resolvemos e pronto.